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segunda-feira, 9 de maio de 2011

COISAS DE MOMENTO

POESIA NOSSA DE CADA DIA!


Fernando Pessoa escreveu que “o poeta é um fingidor”. Somos todos poetas? Não adianta negar, uma vez na vida já foi capaz de fingir. Capaz!? Até parece ser uma tarefa tão difícil que exija grande habilidade de nós, humanos, a ponto de precisarmos de capacitação para tal ato. Nos capacitamos para dirigir empresas, fazer construções, costurar, vender idéias, conseguir empregos... mas para fingir? Há quem minta melhor que outros. Há quem não saiba mentir. Há quem não queira mentir. Mas não há como negar, uma vez na vida ao menos já fomos “poetas fingidores”. 

Fingir estar bom para a mãe não ter que levar ao médico; fingir estar dormindo para não ouvir o que não quer; fingir prestar atenção na aula e desenhar no caderno... Fingir choro, fingir alegria, fingir gostar da roupa da amiga, fingir não estar mais apaixonado, fingir não ter visto o telefone tocar, fingir orgasmos, fingir amor, fingir dor... Fingidor! Somos fingidores, somos poetas!

A vida é tão cheia de poesia para os que querem ver. Não vejo tanta poesia em discussões, contas que não fecham, buscar dinheiro e apenas dinheiro, nem no estresse que você tem. Não tem muita poesia na ponta do seu cigarro nem no tropeço de um chefe de família alcoolizado. Talvez esses que estão ligados à parte do mundo sem poesia não sejam bons fingidores. E isso parece ruim. Ser fingidor é o que há! Não é uma exaltação à mentira compulsiva. Por favor, não durma com seu namorado e minta para sua mãe dizendo qualquer outra coisa e que aqui estava escrito que a mentira é boa. Não, pequena moça. E o senhor não precisa mentir para sua mulher dizendo que estava com os amigos no futebol enquanto estava com aquela morena vagabunda em outro lugar. 

Fingir na poesia. Observe o sol ou a falta dele quando acordar. Para que pensar “mais um dia, que saco!”, se você pode pensar “a beleza deste dia me enche de alegria”. Ok, não precisa fazer uma rima brega como esta, mas para que ver tudo de forma ruim? Há poesia, poetas cotidianos! 

Há poesia no ônibus lotado e no seu patrão desgraçado. Poesia no seu funcionário relaxado e no feijão queimado. A poesia está na sala de aula barulhenta e na macarronada suculenta. Poeta é você, quando, com um sorriso no rosto, limpa o chão ou briga com seu irmão. Poesia na sacola pesada, na menina maltratada, na vizinha engraçada e até quando está errada. Encontre a poesia no Brasil, essa terra que “tem palmeiras onde canta o sabiá”. Seja poeta, crie seu mundo de fantasia. Finja! Transforme seu ônibus lotado, seu amor confuso e seu feijão queimado nas coisas mais lindas do mundo. Minta! Se dê a licença poética que te falta.

Dizem que uma mentira contada mil vezes se torna verdade. Já pensou sua poesia mundialmente conhecida? Suas mentiras poéticas passam a ser as verdades sonhadas por todos. Se isso é verdade? Talvez apenas um esboço de poesia...

POR: Fred Nogueira

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