“E brilhem onde estiverem”
Estou quase convencido que nós, humanos, acabaremos vendidos na seção de lâmpadas do mercado. As músicas dizem coisas como “você é luz, raio, estrela e luar”, “quando a luz dos olhos meus...”, “um pouco de luz nessa vida, um pouco de luz em você”. Tudo me leva a crer que somos lâmpadas. As sagradas escrituras dizem também que “Vós sois a luz do mundo”. Então é séria a coisa, acreditem. Fico imaginando o que e como iluminaremos. Quem comprará nossa luz?
Pense no seu melhor amigo. Gente boa, sempre sorrindo. Magrelo, adora contar piada, chega dando tapa na sua cabeça. Deve ser uma lâmpada gigante, daquelas que iluminam estádios de futebol. E aquela pessoa que te faz sorrir? Aquela que faz seu coração disparar, de tanta luz que carrega. Só pode ser uma lâmpada que existe dentro das estrelas e faz o céu ser maravilhoso. Daquelas que não se vendem.
Há quem tenha luz de uma vela. Quando todas as outras se apagam, lá está ela. Pequenininha, mas iluminando o necessário. É aquela pessoa que surge quando você mais precisa e está presente nos momentos especiais da vida. Velas são assim, a luz aparece, faz o que é necessário e acaba. Mas se precisar de novo, mais um vela estará ali para esse papel. Quem será? Sua mãe? Seu pai? Um amigo querido, mas afastado?
Outros têm luz de vaga-lume. No meio da cidade não podemos encontrar, está mais afastado. Muito pequeno, voando de um canto ao outro. Está sempre pelas margens, pelas beiradas da cidade. Imaginou sua vizinha fofoqueira? Talvez seja ela que tenha essa luz.
Lâmpadas frias e lâmpadas quentes. Há quem tenha o dom de economizar, como as fluorescentes, simplificar sua vida. Há quem venha para ser mais quente, deixar sua visão cansada, como as lâmpadas amarelas.
Sempre têm alguém pra ser a luz que vem da tela do computador ou da televisão, te contando coisas legais, te mostrando outros caminhos. Existe também aquela luz de emergência. Há o abajur, o pisca-pisca e a falta de luz.
Não acredite no início do texto. Nossa luz não pode ser vendida, não estaremos nos mercados. Nossa luz deve ser doada, emprestada. Temos que aprender a ligar nossa luz própria, como faz o sol, para iluminar aqueles que precisam dela para mostrarem a beleza que tem, como a lua. Nossos sonhos? Que sejam como o raio laser: disparado daqui, alcança longe.
Se a pilha acabar ou um fio arrebentar, ligue para a emergência e não se desespere. Sua luz ainda estará aí, escondida, esperando que alguém acenda.
“E brilhem onde estiverem”
Por: Fred Nogueira
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